sábado, 27 de maio de 2017

NATELSON EM BIRITIBA REGISTRANDO UMA APRESENTAÇÃO 26 5 2017



No dia 02 de junho, a Trupe Baião de 2 convida a população de Ferraz de Vasconcelos e região para um espetáculo divertido, com elementos da cultura popular como Maracatu, Coco, Frevo e Forró, ritmos tipicamente nordestinos que dão o tom das performances circenses e dança. Formada por Guilherme Awazu e Rachel Monteiro, a Trupe Baião de 2 é um grupo de circo contemporâneo que vem ganhando espaço por ir além da diversão e exibição de habilidades técnicas, apresentando um trabalho potente, delicado e poético, além de explorar a dramaturgia em um espetáculo circense. No dia 02 de junho (sexta-feira), a trupe apresenta “Retirantes: Malas, Sonhos e Mancebos” na Praça Independência, com entrada gratuita e com um programa especial de acessibilidade, com lugares para deficientes físicos e entrada permitida de cão guia para acompanhar deficientes visuais.Esta é uma montagem feita para ruas e praças, que tem como temática os retirantes nordestinos e seus (des)caminhos.
O grupo realiza circulação do espetáculo através do Prêmio Funarte Carequinha de Estimulo ao Circo 2015, e além de Ferraz de Vasconcelos, tem apresentações agendadas em Salesópolis, tendo já realizado apresentações em  Biritiba-Mirim, Guaianases, Guararema, Santa Isabel, Suzano e Poá. Todos os lugares das apresentações foram escolhidos por conta da expressiva presença de migrantes nordestinos.
Em “Retirantes: Malas, Sonhos e Mancebos” as malas carregam os sonhos de um casal de retirantes que está construindo um novo lar. Malas, que convencionalmente estão presentes em encontros e despedidas, que levam objetos repletos de afetos e significados, mas também a esperança e expectativa de uma vida nova. A alegria, o trabalho, o cansaço e a esperança, se misturam às técnicas circenses em uma contagiante coreografia. A montagem de um lar, a reafirmação de um vínculo de amor e companheirismo. “O conceito de retirante pensado nesta criação é diferente dos retirantes retratados por Portinari, por exemplo, que evidenciou a ideia de sofrimento. Esta montagem trata de um casal sonhador e romântico, que busca sua felicidade em terras mais abastadas que as suas, sem nunca perder a alegria e nem deixar de sonhar”, comenta  Cleuber Gonçalves, que assina o figurino.

“Para tratar de um tema tão íntimo e tão presente ao nordestino, tomamos muito cuidado, já que nossa intenção não era mostrar a dificuldade, nem o lado triste por ter de abandonar a terra querida. Mas sim a esperança, que dá forças a tantas famílias para migrarem em direção a uma nova vida. É uma homenagem aos nordestinos! Passaremos por municípios que possuem grande número de migrantes e acreditamos que desta forma, o circo adquire um papel importante de interação social, em um campo que pretende valorizar a cultura nordestina e discutir o preconceito”, explica Rachel Monteiro, cofundadora da trupe e volante de acrobacia.

O espetáculo tem clima de festa e começa com um cortejo ao som do maracatu, seguido de um número de perna-de-pau, realizado como uma grande brincadeira acrobática no ritmo do Coco, convidando os passantes para se achegar e conhecer uma história composta por elementos típicos da cultura nordestina. A cenografia, inserida no contexto da memória, utiliza objetos que fazem parte da memória afetiva e constituem um ambiente de conforto e segurança, como se aquelas pessoas os utilizassem para recriar o lar de outrora. O figurino tem referências dos festejos e da cultura retirante. Tecidos como juta, rendas e bordados se misturam para criar um visual alegre para esses personagens se deslocam em busca de um lugar melhor, sempre cheios de esperanças.

“Toda essa presença do Nordeste em São Paulo e a nossa própria história, foi o que norteou a pesquisa desta obra. Desde os ritmos escolhidos, danças, até objetos e sua relação com o cotidiano tradicional nordestino”, conta Guilherme Ribeiro Awazu, cofundador da Trupe, acrobalance, perna de pau e malabarismos. E ele ainda complementa: “Se ressaltarmos a realidade da capital paulista, região para a qual vieram milhares de migrantes nordestinos, torna-se ainda mais relevante a necessidade deste tipo de valorização cultural, principalmente misturando-se à arte circense, que também possui essa mesma tônica de resgate de memória e nostalgia”.

“Retirantes: Malas, Sonhos e Mancebos” conta com números como a Percha de equilíbrio, modalidade de virtuose e risco, pouco praticada no mundo, com uma técnica de origem familiar, passada de geração para geração e aprimorada no circo tradicional. Ao trazer esta técnica, o grupo une o circo contemporâneo ao tradicional. Trata-se de um aparelho tradicional em que o portô equilibra uma espécie de mastro no qual o volante sobe e executa sua seqüência de movimentos lá em cima, em uma estrutura que, neste caso, é uma lira. O espetáculo conta ainda com técnicas como: acrobacia em dupla, perna de pau, malabares, unindo habilidades como força, equilíbrio e manipulação de objetos. A direção artística é de Ronaldo Aguiar, importante artista da cena circense atual, diretor artístico dos Doutores da Alegria, que trabalhou com importantes nomes como Circo Roda, Circo Zanni, Circo Mínimo, Academia Brasileira de Circo e Universool Circus E.U.A. e que realizou um trabalho fundamental assessorando e situando os membros da Trupe, neste imaginário cheio de cores e danças. A direção de produção é de Marcia Vilela, da Arena Projetos.
“Retirantes: malas, sonhos e mancebos” é um projeto realizado por meio do edital
Prêmio Funarte Carequinha de Estimulo ao Circo 2015, uma realização da Funarte e
Ministério da Cultura.

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